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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tirania Infantil

As famílias atuais estão assustadas. Não conseguem impor o menor limite aos filhos, pequenos tiranos que se recusam a ir dormir às 11 da noite, varando a madrugada a fora a bagunçar a casa, se negam a escovar dentes porque “Agora não estou com vontade e pronto”, exigem roupas de franquia, destroem tudo e só querem sanduíches ou batatas fritas.

Não! Não é por aí! Os pais precisam, logo, logo, encontrar o meio termo entre autoritarismo e permissividade e segurar as rédeas senão as coisas ficam feias.

As crianças estão manipulando seus pais muito rapidamente, seja porque se sentem inseguros e temem perder o amor dos filhos a menor barreira aos seus desejos, ou porque querem compensá-los porque não têm muito tempo para eles.

O NÃO é também um fator de organização da personalidade humana. Desde cedo, precisamos aprender a trabalhar com a impossibilidade – dados de realidade da vida comunitária são necessários para nos tornarmos adultos bem ajustados na sociedade humana. Filhos criados por pais que abrem mão da autoridade, podem ter uma vida adulta arriscada. Também, adultos intolerantes à frustração, teimosos, narcisistas, agressivos e que querem se impor à força e aos gritos, foram crianças criadas sem limites. Eram, quando crianças o tipo “birrento”, choravam, esperneavam, faziam malcriação até conseguir dobrar os pais. Quando adultos, só substituem o choro pelo grito intimidador, o esperneio pela teimosia e intolerância exageradas.

Mas o que fazer? Primeiro, esteja convicto de seu “NÃO” e o diga firme e claramente. O “NÃO” firme não é aquele aos gritos. Esse é o não de quem está desesperado e não convicto. Lembre-se disso. Explique, sem grandes discursos, a razão de seu “NÃO”. Seja justa e coerente. Não transforme uma ordem de ontem em uma permissão de hoje ou vice-versa. Outra coisa: a criança precisa saber que, em certas coisas, ela não tem escolha – “Ah, porque hoje eu não quero escovar os dentes” – por exemplo. Diga-lhe que ela pode escolher entre ficar em casa com a babá ou sair com você em determinadas ocasiões, mas em matéria de escovação de dentes não há negociação porque você a ama e sabe que isso iria prejudicar seus dentes que seriam comidos por bichinhos (bactérias) que existem na boca. A criança entende e além do mais você está lhe passando informações importantes para seu conhecimento.

Deixe-a, se preciso, no momento da birra, chorar até cansar. Estimule-a, se necessário. “Ah, é isso que você quer? Pode chorar, chora mais, anda!” Parece cruel, mas desafiada, podem ter certeza, ela logo para.

Assim, com rédeas na mão e com carinho é muito gostoso tê-las e desfrutar de seu convívio. Podem crer!

Texto de Vanessa Gomes da Rocha - Psicopedagoga



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