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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Rebeca

(Seu nome provavelmente significa “laço” ou “elo”)

Seu caráter:

Trabalhadora e generosa, sua fé era tão grande que deixou a sua casa pra sempre, a fim de casar-se com um homem que nunca vira. Todavia, favoreceu um filho e deixou de confiar plenamente em Deus quanto à promessa feita por ele.

Seu sofrimento:

Ficou estéril durante os primeiros vinte anos de sua vida de casas e nunca mais viu o filho favorito, Jacó, depois que ele precisou partir fugindo do irmão Esaú.

Sua alegria:

Deus realizou coisas tremendas a fim de convidá-la a participar de seu povo e de suas promessas.

Textos-chave:

Gênesis 24; 25.19-34; 26.1; 28.1-9

SUA HISTÓRIA

O sol estava desaparecendo no horizonte, quando a jovem aproximou-se do poço que fiava fora da cidade de Naor, mais ou menos 800 quilômetros a noroeste de Canaã. Cabia às mulheres ir buscar água fresca todas as tardes, e Rebeca colocou o balde cheio no ombro, grata pela refrescante sensação do recipiente frio ao tocar sua pele.

Quando já se preparava para ir embora, um estranho aproximou-se pedindo de beber. Atenciosamente, ela se ofereceu para puxar água do poço também para os camelos dele. Rebeca notou o olhar surpreso e alegre do homem. Bem, dez camelos iriam consumir bastante água, mas se ela tivesse ouvido a oração que ele havia sussurrado momentos antes, seu espanto teria sido maior que o dele: “E disse consigo: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te que me acudas hoje e uses de bondade para com o meu senhor Abraão! Eis que estou ao pé da fonte de água, e as filhas dos homens desta cidade saem para tirar água; dá-me, pois, que a moça a quem eu disser: inclina o cântaro para que eu beba; e ela me responder: Bebe, e darei ainda de beber aos teus camelos, seja a que designaste par teu servo Isaque” (Gn 24.12-14).

Um gesto simples. Uma resposta generosa. O futuro de uma jovem mudado num instante. O homem que Rebeca encontrou junto ao poço, servo de Abraão, fora encarregado de uma missão sagrada – encontrar uma esposa para Isaque entre o povo de Abraão e não entre os vizinhos cananeus. Como sua tia-avô, Sara, antes dela, Rebeca faria a viagem para o sul, a fim de aceitar um futuro que mal era capaz de vislumbrar. Noiva de um homem com o dobro de sua idade, cujo nome significava “riso”, sentiu-se subitamente atordoada. O Deus de Abraão e de Sara estava tentando persuadi-la, chamando seu nome e não o de outra, convidando-a a compartilhar da promessa. Deus estava forjando uma nova nação para ser seu povo exclusivo.

Isaque tinha 40 anos quanto viu Rebeca pela primeira vez. Seu coração talvez tivesse sentido uma alegria parecida com a do primeiro homem:

- Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne !

Isaque e Rebeca entraram, então, na tenda de Sara, mãe dele, e ele a tomou por mulher. A Bíblia diz que ela consolou Isaque depois da morte de Sara, sua mãe.

Rebeca era formosa e forte como Sara, todavia não teve filhos durante os primeiros vinte anos de sua vida com Isaque. Será que sofreria como Sara a maldição da esterilidade? Isaque orou, e Deus ouviu, dando a ela não um, mas dois filhos, que lutavam em seu ventre. Deus lhe disse, então:

- Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão; um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço (Gn 25.23).

Durante o parto, os dedos de Jacó agarraram o calcanhar do irmão, Esaú, como se ele tentasse nascer primeiro. Embora tenha sido o segundo a nascer, Jacó tornou-se o primeiro no afeto da mãe. Isaque, porém, amava mais a Esaú.

Anos mais tarde, quando Isaque envelheceu e ficou quase cego, chamou seu primogênito, Esaú, e disse:

- Faze-me uma comida saborosa, como eu aprecio, e trazê-ma, para que eu coma e te abençoe antes que eu morra (Gn 27.4).

Rebeca, muito esperta, ouviu tudo e chamou rapidamente Jacó, sugerindo um plano par evitar que a benção fosse dada ao irmão dele. Disfarçado como Esaú, Jacó apresentou-se ao pai para receber a tão esperada benção.

Assim, Isaque acabou abençoando Jacó pensando que era Esaú:

- Sirvam-te povos, e nações te reverenciem; sê senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se encurvem a ti; maldito seja o que te amaldiçoar, e abençoado o que te abençoar (Gn 27.29).

O patriarca estendera a mão e dera a melhor benção ao filho mais novo, evocando palavras ditas sobre os dois filhos quando ainda lutavam no ventre de Rebeca. Depois de entregue, a benção não poderia ser retirada, apesar do engano, apesar das lágrimas de Esaú e apesar de seu juramento de matar Jacó.

Com medo da vingança de Esaú, Rebeca convenceu Isaque a enviar Jacó a Harã, para que ali encontrasse uma esposa entre as filhas de seu irmão, Labão. Ela mandaria buscar Jacó assim que a fúria do irmão se acalmasse.

Com o passar dos anos, Rebeca deve ter sentido muita saudade de Jacó, rogando para ter oportunidade de abraçá-lo novamente, pelo privilégio de envolver os filhos dele nos seus braços. Porém, mais de vinte anos se passaram antes que Jacó voltasse. Embora Isaque vivesse ara dar as boas-vindas ao filho, Rebeca não sobreviveu.

Quando Rebeca ainda era bem jovem, Deus a convidara para desempenhar um papel vital na história de seu povo. Ele fez tudo o que era necessário para alcançá-la. Como Sara, Rebeca se tornaria matriarca do povo de Deus e, também como Sara, seu coração se dividiria entre fé e dúvida pro acreditar que a promessa de Deus requeria sua intervenção para cumprir-se. Achando difícil apenas descansar no que Deus lhe prometera, recorreu a subterfúgios para obter o que desejava.

Os resultados, refletindo o estado de seu coração, foram uma grande confusão. Jacó tornou-se, de fato, herdeiro da promessa, mas foi afastado de casa e da mãe, que tanto o amava. Além disso, os seus descendentes ficariam para sempre em conflito com os descendentes de Esaú, os edomitas. Dois mil anos depois, Herodes, o Grande, um homem poderoso nascido na Iduméia (nome grego e romano para Edom) mataria crianças inocentes numa tentativa de destruir o menino Jesus.

Deus, porém, continuava usando a vida daquela mulher, que, mesmo longe de ser perfeita, realizaria seus propósitos.

SUA VIDA E SUA ÉPOCA

Jóias

Então, lhe pus o pendente no nariz e as pulseiras nas mãos [...] e tirou jóias de ouro e de prata e vestidos e os deu a Rebeca. (Gn 24.47,53)

Um pendente no nariz!? Bem, isso que costuma ser um sinal de provocação dos jovens, hoje, era uma forma socialmente aceita de adorno na antiguidade. Quando o servo de Abraão compreendeu que Rebeca era a mulher com quem Isaque iria casar-se, ele imediatamente pegou as jóias que levara para a ocasião. Deu a ela duas pulseiras e um pendente de ouro par ao nariz. Rebeca rapidamente colocou as jóias e correu para casa, com os olhos brilhando, para contar à família tudo o que ocorrera.

O pendente para o nariz é mencionado apenas duas vezes nas Escrituras: Em Provérbios 11 e em Ezequiel 16. Em Ezequiel 16, Deus descreve, em termos figurados, como ama a cidade de Jerusalém. Ele a banha amorosamente, depois veste com roupas riquíssimas e sandálias de couro macio. A seguir, cobre-a ternamente com jóias. “Também te adornei com enfeites e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas na orelhas e linda coroa na cabeça. Assim, foste ornada de ouro e prata.” (Ez 16.11-13)

O Antigo Testamento menciona jóias várias vezes. Mulheres e homens usavam brincos (Ex 32.2) e também “ornamentos para o braço, pulseiras, sinetes, arreadas e colares” (Nm 31.50). Os israelitas obtinham quase todas as suas jóias de povos vencidos em guerras. Ouro, prata e pedras preciosas aparecem, muitas vezes, listados entre os despojos tomados nas batalhas. Lemos em II Samuel 8.11 que Davi ganhou enormes quantidades de ouro, prata e bronze quando conquistou as nações ao redor de Israel. Dedicou tudo ao Senhor, e seu filho, Salomão, usou esse tesouro para construir o grandioso templo de Jerusalém. Acredite ou não, Salomão tinha tanto ouro em seu reino que “fez o rei que, em Jerusalém, houvesse prata e ouro como pedras” (II Cr 1.15).

O Novo Testamento menciona jóias especificamente apenas uma vez. Ao falar às mulheres, Pedro recomenda que dêem mais atenção à sua beleza interior do que à exterior: “Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus” (I Pe 3.3-4).

É evidente que as mulheres dos dias do Novo Testamento eram tão fascinadas por jóias quanto as do Antigo Testamento ... e as de hoje. É fácil e corriqueiro olhar-se no espelho para avaliar a aparência externa, mas como são poucas as vezes em que a maioria de nós passa um bom tempo examinando a aparência interior!

Amanhã cedo, ao colocar anéis nos dedos, coloque também em sua vida um espírito de paz. Ao por brincos nas orelhas, aproveite para dotar em sua vida uma atitude de alegria. Quando puser um colar no pescoço, não esqueça de por também um espírito de doçura no coração. As jóias que usa não farão muita diferença em seu dia, mas o espírito do qual estiver revestida, esse fará.

SEU LEGADO NAS ESCRITURAS

Leia Gênesis 24.15-27

  1. O que essa primeira informação sobre a jovem Rebeca lhe diz sobre a aparência e o caráter da moça?

  2. De que forma você se parece com Rebeca? Como difere dela?

Leia Gênesis 24.28-50

  1. Nesses versículos, o servo de Abraão conta à família de Rebeca como ela a encontrou, enfatizando a benção e e o envolvimento do Senhor em tudo. Como a família de Rebeca reagiu?

Leia Gênesis 24.52-58

  1. Três palavras simples, mencionadas no versículo 58, mudaram para sempre a vida de Rebeca. Com quem ela se parecia em sua disposição para ir aonde nunca estivera antes?

  2. Como você reagiria se Deus a chamasse para sair de sua casa e deixar sua família? O que teria de acontecer para que você obedecesse?

Leia Gênesis 24.67

  1. Essas são as palavras mais doces sobre o casamento encontradas na Bíblia. Descreva como acha que foi o casamento de Isaque e Rebeca naqueles primeiros dias.

Leia Gênesis 25.28

  1. Essas são algumas das palavras mais tristes a respeito da educação de filhos encontradas na Bíblia. Descreva sua opinião sobre como o favoritismo dos pais afetou Jacó e Esaú e seu relacionamento.

  2. Muitas crianças crescem pensando que os pais favorecem mais um irmão do que o outro. Se você tem filhos, como evitar que pensem desse modo?

Leia Gênesis 27.1 até 28.9

  1. Por que Rebeca recorreu ao engano para obter o cumprimento de uma promessa feita a ela quando estava grávida?

  2. Descreva como você acha que Rebeca deve ter se sentido dez anos mais tarde. Será que se arrependeu do que fizera?

  3. De que modo os atos de Rebeca se assemelharam aos de sua sogra Sara?

  4. A história de Rebeca é rica e cheia de vida. Resuma em uma sentença o que gostaria de aprender com ela.

SUA PROMESSA

Rebeca ouviu o servo de Abraão relatar como orara e como tinha certeza de que ela era a mulher que Deus escolhera para Isaque. O próprio Deus orquestrara divinamente os acontecimentos., Rebeca parecia saber disso, e quando lhe perguntaram, respondeu simplesmente:

- Irei.

Rebeca compreendia plenamente o plano de Deus para ela? Estava disposta a segui-lo? Ou simplesmente se deixou encantar pelas idéias românticas de uma jovem em busca de um cavaleiro de armadura brilhante? Qualquer que tenha sido a motivação de Rebeca, aqueles eventos certamente foram planejados por Deus, que tinha poder e determinação para continuar a cumprir fielmente suas promessas por meio dela.

A fidelidade de Deus, apesar de nossa desobediência e contradição, é evidente em toda a Escritura e durante toda a nossa vida. Ele será fiel; Ele promete.

Promessas nas Escrituras

Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos. (Dt 7.9)

O Senhor é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras. (Sl 145.13)

Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. (Hb 10.23)

SEU LEGADO DE ORAÇÃO

És nossa irmã; sê tu a mãe de milhares, e que a tua descendência possua a porta dos seus inimigos” (Gn 24.60)

Medite

Gênesis 27

Louve a Deus

Diferentemente de Isaque, que só teve uma benção para dar aos filhos, Deus tem bênçãos específicas destinadas a cada um de nós.

Agradeça

Porque Deus não espera até que estejamos aperfeiçoados para nos colocar em seus planos.

Confesse

Sua tendência de controlar o futuro, em vez de confiar em Deus para direcioná-la de acordo com o que Ele tem planejado para você.

Peça a Deus

Que a impeça de ter favoritos entre seus filhos e que a faça confiar que Ele tem um plano generoso para cada um.

Eleve o coração

Gaste alguns minutos, semanalmente, para escrever um cartão de benção a cada um de seus filhos. Use um cartão simples ou enfeite-o com adesivos ou desenhos. (Se não tiver filhos, pode fazer isso para algum sobrinho ou para qualquer outra criança de seu relacionamento). Comece orando por seus filhos pedindo as bênçãos de Deus sobre eles. A seguir, escreva as bênçãos que sente que Deus lhes quer dar. Coloque os cartões de bênçãos debaixo do travesseiro deles ou ao lado do prato no jantar., Diga-lhes que essas são algumas das coisas que está pedindo a Deus para a vida deles. Não deixe de guardar uma cópia de cada cartão para orar regularmente pelas bênçãos.

Oração

Senhor, tu nos dá poder para abençoar nossos filhos mediante nosso exemplo, nossos ensinamentos, nosso amor e nossas orações. Que nossos filhos venham a superar-nos na fé. Que em todas as dificuldades que enfrentarem sejam capazes de sentir tua proximidade, e que a alegria deles se renove a cada manhã. Possa cada um ser uma pessoa que atraia outros a ti. Amém.”


A esposa de Ló

Seu caráter: Era uma mulher rica, talvez mais apegada às coisas boas da vida do que deveria. Embora não haja qualquer indicação de que participasse do pecado de Sodoma, sua história deixa implícito que aprendera a tolerá-lo e que seu coração acabou dividido por causa disso.

Seu sofrimento: Sua escolha levou-a ao castigo em vez da misericórdia, acabando por fazê-la rejeitar as tentativas de Deus para salvá-la.

Textos-chave: Gênesis 18.16-19; 29 / Lucas 17.28-33

SUA HISTÓRIA:
A mulher de Ló tinha apenas algumas horas de vida, embora não soubesse disso. Provavelmente, continuava sua rotina diária, como de costume, arrumando a casa, cozinhando e bisbilhotando a vida alheia com as vizinhas, sem suspeitar da tragédia prestes a desabar sobre ela. Anos antes, ela se casara com o sobrinho de Abraão e o casal enriqueceu; eles possuíam muita terra e gado. Com o passar do tempo, instalaram-se confortavelmente em Sodoma, sentindo-se, ao mesmo tempo, desconfortáveis numa cidade tão perversa a ponto de o céu mandar anjos para investigar as acusações contra ela. Ló estava na porta da cidade no momento em que os anjos chegaram. Depois de cumprimentar os estranhos, implorou que passassem a noite em sua casa, com medo do que poderia ocorrer com eles quando escurecesse. A mulher de Ló deve ter também acolhido os estranhos cordialmente, pois a hospitalidade era um costume sagrado no mundo antigo. Então, pouco antes de irem dormir, devem ter ouvido as vozes. A princípio, palavras abafadas; depois gargalhadas estridentes e, finalmente, uma gritaria insuportável provocada por um grupo de homem que cercava a casa. Vozes ásperas gritavam para que Ló abrisse a porta e entregasse os hóspedes, a fim de que se divertissem com eles. - Rogo-vos, meus irmãos, que não façais mal – gritou Ló em resposta. A multidão furiosa queria, porém, satisfazer seus desejos. Ló fez, então, uma proposta de estarrecer: - Tenho duas filhas, virgens, eu vo-las trarei; tratai-as como vos parecer, porém, nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a proteção de meu teto (Gn 19:8). No entanto, os homens de Sodoma recusaram-se a aceitar um “não como resposta e correram para a porta, tentando arrombá-la. Os anjos, subitamente, estenderam a mão,. Fizeram Ló entrar e fecharam a portar, deixando os que estavam fora cegos. Os anjos perguntaram em seguida a Ló: - Tens aqui alguém mais dos teus? Genro, e teus filhos e tuas filhas, todos quantos tens na cidade, faze-os sair deste lugar; pois vamos destruir este lugar (Gn 19.12-13a). Os genros de Ló pensarem que ele estava brincando e recusaram-se a partir. De madrugada, os anjos insistiram novamente com Ló para que se apressasse, a fim de que ele, a mulher, e as filhas não morressem com o resto da cidade. Mesmo assim, a família hesitou, até que os anjos agarraram a todos pela não e os arrastaram, insistindo: - Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças (Gn 19:17). Quando Ló e sua família chegaram à pequena cidade de Zoar, o sol havia surgido sobre a terra e tudo em Sodoma achava-se envolto em fogo e enxofre. Homens, mulheres, crianças e rebanhos, tudo foi aniquilado. Um terrível juízo sobre o pecado. Mas o juízo foi ainda pior do que Ló ou suas filhas compreenderam a princípio. Salvos, finalmente, devem ter olhado uns para os outros, aliviados por estarem todos bem. De repente, voltaram-se, espantados, percebendo que faltava um deles. Devem ter procurado, esperado com todas a forças, até que finalmente viram a silhueta branca de uma coluna de sal contra o céu, um monumento solitário na forma de uma mulher olhando para Sodoma. Se você já viu fotos da antiga cidade de Pompéia, destruída pela erupção do Monte Vesúvio em 70 dC, na qual formas humanas foram preservadas até hoje pelo rio de lava que as matou onde estavam, pode imaginar o desastre que sobreveio à mulher de Ló. Por que ela se voltou e olhou para trás, apesar do aviso do anjo? Seu coração continuaria apegado a tudo que deixara na cidade – uma vida confortável, despreocupada e prazerosa? Teria familiares presos ali? Ou apenas se deixou fascinar pelo trágico espetáculo que acontecia atrás dela? É possível que todas estas coisas combinadas fossem o motivo de seus passos ficarem mais lentos, de sua cabeça voltar-se e de seu corpo ser surpreendido pelo castigo do qual Deus queria poupá-la – ela preferiu o juízo em vez da misericórdia. Jesus advertiu seus seguidores para se lembrarem da mulher de Ló: “assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem quiser preservar a sua vida perde-la-á; e quem a perder de fato a salvará” (Lc 17:30-33). Palavras severas lembrando uma história trágica, com o propósito de nos desviar das ilusões traiçoeiras da perversidade e de nos lançar em segurança nos braços da misericórdia.

SUA VIDA E SUA ÉPOCA

A história da mulher de Ló é bem triste, não é? Ela é menos lembrada pelo que foi – esposa, mãe, filha, irmã – do que pelo eu se tornou – uma estátua de sal. Apenas um olhar irresistível, mas proibido, para trás, a fim de ver o que estava acontecendo e virou sal! Um produto químico dos mais comuns usados no mundo todo. A Palestina possuía ricos depósitos de sal, que justificavam lugares com nomes como Mar Salgado (também conhecido como Mar Morto), Vale do Sal e Cidade do Sal. Os romanos, provavelmente, consideravam Israel uma conquista valiosa apenas por causa do sal disponível ali. Os hebreus usavam o sal para temperar a comida: “Comer-se-á sem sal o que é insípido?” (Jó 6:6). As mulheres hebréias esfregavam as crianças recém-nascidas com sal ou as lavavam com ele: “No dia em que nasceste, não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar, nem esfregada com sal, nem envolta em faixas” (Ez 16.4). O sal era um acompanhamento necessário para qualquer sacrifício de cereais do Antigo Testamento: “Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal” (Lv 2:13). A palavra sal é usada apenas seis vezes no Novo Testamento, todas elas simbólicas. Jesus nos lembrou de que, como cristãos, somos o sal da terra (Mt 5.13; Mc 9.50; Lc 14.34). Nossas atitudes e atos são capazes tanto de purificar como de temperar nosso ambiente. Quando respondemos amavelmente a alguém que não é delicado, temperamos nosso mundo com sal. Quando tratamos com bondade uma criança irritada, temperamos nosso lar com sal. Quando consolamos os que sofrem e os solitários, quando encorajamos os desanimados ou acalmamos os perturbados, temperamos nosso mundo com sal. Como seguidoras de Cristo, somos saleiros (espero que saleiros cheios!), ocupadas em salpicar nosso mundo com o sal que dá sabor à vida.

SEU LEGADO NAS ESCRITURAS
Leia Gênesis 19.1-3 Ló convidou aqueles homens para sua casa sem sequer consultar a esposa. Que tipo de lar você acha que a mulher de Ló formara com o marido e as filhas ? Como você reage quando alguém em sua casa convida um hóspede inesperadamente? Você é amável? Estressada? Hostil?
Leia Gênesis 19.4-8 O que você acha da sugestão feita por Ló de dar as filhas aos que tentavam invadir sua casa, em vez dos hóspedes? Em sua opinião, que reação a mulher de Ló teve? Por que Ló fez esta proposta? Tenha em mente que, segundo a cultura daquele tempo, ao abrir a casa a hospedes, ele garantia não só o conforto, como também segurança a eles. Você acha que a época em que vivemos é mais ou mesmo degenerada do que a registrada aqui? Por quê?
Leia Gênesis 19.15-16 Por que você acha que Ló hesitou? O que ele estaria pensando? Você já hesitou em fazer algo que sabia ser da vontade de Deus? Por quê? O que aconteceu?
Leia Gênesis 19.17,26 Embora advertida para não olhar para trás, a mulher de Ló não conseguir resistir e fez isso. Por que você acha que ela fez isso? Estava triste? Com medo? Curiosa? Na atitude da mulher de Ló podemos ver nossas próprias reações quando lamentamos decisões erradas, ficamos tristes por causa de oportunidades perdidas, desejamos a restauração de relacionamentos rompidos. Ao olhar para trás, não somos capazes de ver o que está à nossa frente. Talvez não nos transformemos em estátuas de sal, mas acabaremos atoladas em algum lugar. Você passa muito tempo olhando para trás? O que fazer para deixar o passado de lado, desfrutar o presente e planejar o futuro?

SUA PROMESSA
Deus prometera a Abraão que pouparia a cidade de Sodoma, se pudesse encontrar apenas dez justos nela, mas nem dez puderam ser achados ali. Assim, Deus enviou seus anjos a Sodoma para resgatar Ló e sua família (Gn 18) da iminente destruição. Como todos ficaram hesitantes até o último minuto, os anjos tiveram de tomar Ló, sua mulher e suas duas filhas pela mão e arrastá-los para fora da cidade. Deus sabia que Abraão estava pensando em Ló quando suplicou que as cidades fossem poupadas mesmo que só cinqüenta, quarenta, trinta, vinte ou dez justos fossem encontrados? A misericórdia de Deus foi estendida a Ló por amor a ele ou por amor a Abraão? Não sabemos. O que a Bíblia diz é que a misericórdia divina foi concedida a Ló e a sua família,. Essa misericórdia está também à sua disposição, mesmo nas piores ocasiões, ns situações mais difíceis, ns circunstâncias mais adversas. Deus está ali, estendendo a mão para levá-la a um lugar seguro.

Promessas nas Escrituras
[...] “pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade”. (Gn19.16)
[...] “o Senhor se aparte do ardor da sua ira, e te faça misericórdia, e tenha piedade de ti.” (Dt13.17)
[...] “e não farei cair a minha ira sobre ti, porque eu sou compassivo, diz o Senhor, e não manterei para sempre a minha ira.” (Jr 3.12)

SEU LEGADO DE ORAÇÃO
“Como, porém, [Ló] se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade. Havendo-os levado fora, disse um deles: Livra-te salva a tua vida;não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças.” (Gn 19:16-17)
Medite Gênesis 19.1-26
Louve a Deus Porque embora odeie o pecado, Ele ama a misericórdia.
Agradeça Pela maneira como Deus mostrou misericórdia a você e aos membros de sua família.
Confesse Qualquer tendência para ignorar a voz de Deus por preferir fazer a sua própria vontade.
Peça a Deus Que a graça nunca deixe de fluir em sua vida por causa de seu apego ao pecado.
Eleve o coração Numa sociedade como a nossa, é raro encontrar alguém que não seja apegado ao conforto. Examine seu nível de apego, ficando uma semana longe da televisão, de jornais, de revistas, de catálogos de compras e de shopping centers. Em vez disso, separe um tempo e um lugar em sua casa para passá-lo em oração e em louvor diante de Deus. Peça ao Senhor que revele quaisquer vícios ou dureza de coração que possam ter-se desenvolvido em seu espírito. Diga a Ele que deseja ser uma mulher livre e flexível para responder-lhe pronta e rapidamente.